“O EFEITO DO TEOR PROTEÍCO DE RAÇÕES NO AMBIENTE E NO CRESCIMENTO DE TILÁPIA (Oreochromis niloticus), TREWAVAS (1983): EM SISTEMA DE CRIAÇÃO INTENSIVA”
Em
experimento realizado na Estação de Piscicultura da Universidade Estadual de Londrina (EPUEL) que
teve como objetivo de avaliar o efeito de rações com teores diferentes de proteína
bruta (30% e 35%), sobre o ambiente de criação da tilápia (Oreochromis
niloticus), variedade Supreme em sistema intensivo. Semanalmente eram avaliadas
as variáveis limnológicas e periodicamente foram realizadas biometrias. Os
resultados foram satisfatórios para as duas rações utilizadas. Porém, com a ração
contendo 30% de proteína bruta obteve-se os melhores índices zootecnicos, como:
ganho de peso, crescimento, melhor conversão alimentar, maior sobrevivência e a
maior rentabilidade econômica. A ração Fish30% mostrou-se menos poluente em
relação à ração Fish35%, incorporando menos amônia total à água do viveiro; e
poderia ser recomendada para uma criação de peixes ambientalmente mais
sustentável.
 
A
concentração de amônia total apresentou valores mais elevados para o viveiro M3
no período de 23/09/09 a 11/11/09 com valores entre 2,10 mg/L e 2,84 mg/L,
correspondendo ao período de engorda, quando houve utilização de maior quantidade
da ração em ambos os viveiros. As concentrações médias de nitrito foram muito próximas com
índices de 0,24 e 0,30 mg/L, respectivamente para o M2 e M3 (Figura 1). Os peixes tiveram menor ganho de peso no M3, também neste período (Tabela 1).
![]()  | 
| Figura 1. Concentrações de amônia total. | 
Tabela 1. Performance das rações com os diferentes
níveis proteicos.
M2:Fish30% 
 | 
  
M3:Fish35% 
 | 
  |||||
DATA 
 | 
  
Wt (G) 
 | 
  
Lt (cm) 
 | 
  
H (cm) 
 | 
  
Wt (G) 
 | 
  
Lt (cm) 
 | 
  
H (cm) 
 | 
 
27/4/2009 
 | 
  
68 
 | 
  
10,64 
 | 
  
3,55 
 | 
  
68 
 | 
  
10,64 
 | 
  
3,55 
 | 
 
28/5/2009 
 | 
  
137 
 | 
  
19,62 
 | 
  
6,64 
 | 
  
119 
 | 
  
18,62 
 | 
  
6,20 
 | 
 
25/6/2009 
 | 
  
171 
 | 
  
20,19 
 | 
  
7,22 
 | 
  
161 
 | 
  
19,83 
 | 
  
7,20 
 | 
 
29/7/2009 
 | 
  
224 
 | 
  
21,57 
 | 
  
7,70 
 | 
  
217 
 | 
  
21,43 
 | 
  
7,55 
 | 
 
14/8/2009 
 | 
  
256 
 | 
  
22,94 
 | 
  
8,10 
 | 
  
248 
 | 
  
22,69 
 | 
  
8,12 
 | 
 
16/9/2009 
 | 
  
322 
 | 
  
26,86 
 | 
  
9,97 
 | 
  
312 
 | 
  
25,47 
 | 
  
9,40 
 | 
 
02/10/2009 
 | 
  
457 
 | 
  
27,93 
 | 
  
10,20 
 | 
  
400 
 | 
  
26,93 
 | 
  
9,57 
 | 
 
20/10/2009 
 | 
  
511 
 | 
  
29,45 
 | 
  
10,58 
 | 
  
488 
 | 
  
26,50 
 | 
  
9,74 
 | 
 
03/11/2009 
 | 
  
598 
 | 
  
30,63 
 | 
  
10,98 
 | 
  
529 
 | 
  
29,35 
 | 
  
10,34 
 | 
 
27/11/2009 
 | 
  
670 
 | 
  
34,32 
 | 
  
12,22 
 | 
  
632 
 | 
  
32,37 
 | 
  
11,53 
 | 
 
Os índices de conversão alimentar aparente verificados neste experimento foram de 1,200:1 e 1,314:1. As conversões foram boas, porém gastou-se 114 gramas a mais de ração para produzir um quilo de tilápia.
De
acordo com os dados obtidos, a ração fish35% deve ser utilizada até 250 gramas;
a partir deste peso o recomendado é utilizar a ração fish30% até o abate.
As sobrevivências
verificadas ao final do experimento foram de 99,38%, para os peixes alimentados
com a ração Fish30% e 91,56% para a ração Fish35%. O custo total de produção
por quilograma de peixe foi de R$1,79 e R$2,18 e a ração Fish30% representou
51,03% do custo da alimentação embutido no custo de produção, enquanto a ração
Fish35% representou 54,21% no custo de alimentação. A biomassa total obtida com
os peixes do viveiro M2 foi de 3327,768 quilos. Enquanto que no viveiro M3 foi
de 2895,511 quilos, uma diferença de 14,93% e 432,257 quilos a mais; grande e
significante já que os viveiros apresentam o mesmo tamanho (1.000 m2)
e o mesmo volume 1.500 m3, e foram estocados com a mesma quantidade
de tilápias ou seja 5.000 peixes. 
Esses valores não justificariam o uso da ração Fish35% para a engorda da tilápia, pois subutilizaria um nutriente tão nobre como a proteína. Entretanto cabe salientar que para as fases de crescimento a ração fish35% é necessária e deve ser recomendada.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS 
O desenvolvimento sustentável tem levado os sistemas produtivos buscar o
equilíbrio entre os aspectos ambientais, econômicos e sociais. Atualmente, a atividade
de criação de organismos aquáticos, encontra-se diante do desafio de moldar-se
ao conceito de sustentabilidade, o que implica agregar novos valores aos
conceitos que movem as pesquisas e as práticas do setor.
Os conhecimentos básicos são essenciais e relevantes para o conhecimento
da dieta adequada para a criação de peixes, pois dietas formuladas
inadequadamente podem inviabilizar toda a produção, influenciando negativamente
no crescimento dos peixes e acarretando danos ambientais. Os resultados verificados
no experimento demonstram que altos índices de proteína causam excessos de
compostos nitrogenados, causando a deterioração da água utilizada para a
criação e a eutrofização desta. Para uma produção ambientalmente sustentável
devem ser utilizadas rações com ótima digestibilidade, menor teor proteico e dieta balanceada
para a espécie utilizada.
A ração Fish30% propiciou um melhor desempenho dos peixes em relação à
ração Fish35%. O uso de maior quantidade de proteína bruta na ração Fish35%
acarretou maiores índices de amônia total ao ambiente de criação e
consequentemente os piores índices zootecnicos em relação à ração com menos
proteína bruta. Além de propiciar uma economia de 5% de proteína bruta.
As rações utilizadas foram fabricadas pela @Cooperativa Integrada do Paraná.
As rações utilizadas foram fabricadas pela @Cooperativa Integrada do Paraná.

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